segunda-feira, 2 de abril de 2012

... today is the international day of children's books

Campanha Portuguesa do Dia Internacional do Livro Infantil
ilustração de Yara Kono, vencedora do último Prémio Nacional de Ilustração


ERA UMA VEZ UM CONTO QUE CONTAVA O MUNDO INTEIRO...

Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro. Na verdade não era só um, mas muitos os contos que enchiam o mundo com as suas histórias de meninas desobedientes e lobos sedutores, de sapatinhos de cristal e príncipes apaixonados, de gatos astutos e soldadinhos de chumbo, de gigantes bonacheirões e fábricas de chocolate. Encheram o mundo de palavras, de inteligência, de imagens, de personagens extraordinárias. Permitiram risos, encantos e convívios. Carregaram-no de significado. E desde então os contos continuam a multiplicar-se para nos dizerem mil e uma vezes: Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro…

Quando lemos, contamos ou ouvimos contos, cultivamos a imaginação, como se fosse necessário dar-lhe treino para a mantermos em forma. Um dia, sem que o saibamos certamente, uma dessas histórias entrará na nossa vida para arranjar soluções originais para os obstáculos que se nos coloquem no caminho.

Quando lemos, contamos ou ouvimos contos em voz alta, estamos a repetir um ritual muito antigo que cumpriu um papel fundamental na história da civilização: construir uma comunidade. À volta dos contos reuniram-se as culturas, as épocas e as gerações, para nos dizerem que japoneses, alemães e mexicanos são um só; como um só são os que viveram no século XVII e nós mesmos, que lemos um conto na Internet; e os avós, os pais e os filhos. Os contos chegam iguais aos seres humanos, apesar das nossas grandes diferenças, porque no fundo todos somos os seus protagonistas.

Ao contrário dos organismos vivos, que nascem, reproduzem-se e morrem, os contos são fecundos e imortais, em especial os da tradição oral, que se adequam às circunstâncias e ao contexto do momento em que são contados ou rescritos. E são contos que nos tornam seus autores quando os recontamos ou ouvimos.

E também era uma vez um país cheio de mitos, contos e lendas que viajaram durante séculos, de boca em boca, para mostrar a sua ideia de criação, para narrar a sua história, para oferecer a sua riqueza cultural, para aguçar a curiosidade e levar sorrisos aos lábios. Era igualmente um país onde poucos habitantes tinham acesso aos livros. Mas isso é uma história que já começou a mudar. Hoje os contos estão a chegar cada vez mais aos lugares distantes do meu país, o México. E, ao encontrarem os seus leitores, estão a cumprir o seu papel de criar comunidades, de criar famílias e de criar indivíduos com maior possibilidade de serem felizes.
Mensagem de Francisco Hinojosa (trad. Maria Carlos Loureiro)


O Dia Internacional do Livro Infantil foi criado em 1967 pelo IBBY (Conselho Internacional sobre Livros para Jovens). Em homenagem ao escritor dinamarquês Hans Christian Andersen, o dia comemora-se a 2 de Abril, data do aniversário do seu nascimento.
Este ano o dia é assinalado pela mensagem Era uma vez um conto que contava o mundo inteiro do poeta mexicano Francisco Hinojosa, a qual vos deixo como sugestão de leitura para o dia de hoje.

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The International Children's Book Day was created in 1967 by IBBY (International Board on Books for Young People). In homage to the Danish writer Hans Christian Andersen, the day commemorates the April 2, the anniversary of his birth.

This year the day is marked by the message There once was a story that had the whole world Mexican poet Francisco Hinojosa, which I leave as suggested reading for the day.

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